Lançamento silencioso inspirado por Seth Godin?

Seth Godin é um dos grandes autores sobre marketing e inovação, ou melhor, sobre soft Innovation, onde ele aborda sobre como pequenas inovações são melhores que tentar ser o “disruptão” todo ano. Seu grande livro do tema “Free Prize Inside”, fala sobre isso, e inclusive via em uma caixa, imitando as caixas de cerais matinais, relembrando como estes cereais nos Estados Unidos costumavam trazer brindes dentro para atrair as crianças à sua marca, já que no fundo, todos os cereais eram fibra de milho entupidas com açúcar.
A BambuLab foi a grande disruptora do mercado de impressão quando saiu. Suas impressoras assustadoramente rápidas e precisas, e que não foram criadas para nerds, e assim não requerem super estudo em hardware, calibração com papel da distância do bico para a mesa, enfim… a BambuLab foi a Apple ao apresentar uma impressora 3D para todos. E o mercado logo foi e copiou tudo que podia da marca. E isso é ótimo para nós, consumidores. Mas uma marca poderia ficar tentada a lançar um super produto que fosse ainda mais incrível, ainda mais disruptivo. Mas a BambuLab seguiu a cartilha dos líderes. Sofi-Innovation.
Emanuel Campos – Impresso3D é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar o meu trabalho, considere tornar-se um subscritor gratuito ou pago.
Ao invés de lançar impressoras 3D com cada vez mais recursos, a empresa focou em sua linha de produtos. Ao invés de lançar uma nova impressora por semana, aprimorou seus produtos aos poucos. A P1P passou a vir fechada, e era aberta, chamada de P1S. A A1 ganhou uma versão mini, mais acessível. A X1 ganhou uma versão corporativa, a X1E. Mas cada impressora nova, nenhuma antiga saia do mercado. Era aprimorada. No máximo.
E com o lançamento deste 12 de agosto de 2025, terça feira, a Bambulab fez exatamente isso. Lançou uma versão para empresas da sua própria impressora H2D, e as inovações foram laterais, foram pedidos da comunidade, pequenos aprimoramentos. A Apple também lançou o iPhone sem recursos básicos como copiar e colar. O primeiro iPad não tinha câmera, o primeiro iPod só sincronizava com o computador pela porta proprietária da Apple, a FireWire, e só ela tinha o iTunes.
Da mesma forma como a Apple acrescentava recursos aos seus produtos, criando “pequenas inovações”, a Bambulabs segue estes passos, e seus recursos embutidos na H2D Pro não ofendem quem comprou a versão anterior, mas aprimora o produto, voltando-o para empresas, ao acrescentar uma porta física para rede Ethernet. Empresas sofrem com o acesso ao WiFi a equipamentos, e a Bambu atendeu a essa demanda.
A H2D Pro incorpora ainda melhor sistema de filtragem, melhor cooler para o cabeçote, software atualizado para acomodar este novo modelo. E o melhor, a evolução do sistema de visão computacional.
A empresa embarcou seus sistemas de visão computacional e mesas com Feedback óptico, que são opcionais em outros modelos, como padrão na H2D Pro. Agora o sistema tem precisão de 50 micros, ou 0,05mm de erro máximo. E por fim a impressora vem com um termopar ainda mais preciso, com variação máxima de 3°C durante a impressão, garantindo a maior precisão e fluxo do material durante a impressão 3D.

Em resumo

A H2D Pro não é uma impressora que obsoleta seus produtos anteriores, nem vem canibalizar seu próprio mercado, ao agregar Ethernet, e colocar como padrão peças que eram opcionais, a Bambulab apenas declara como escuta seu público, a atenção que dá ao seu mercado, e aceita o invés de vender uma máquina incompleta e ter o “up-selling” dos acessórios, aceita vender diretamente o que o cliente precisa. E isto é muito raro no mercado, e que bom que ela fez isso.
No geral tenho sido com a Bambulab. Fechar o software, a falta de dois cabeçotes independentes na primeira H2D, o gimmick da cortadora a laser que eu não aprovo, mas a devo afirmar uma coisa, a marca é consistente com suas escolhas, não toma decisões intempestivas e sabe ouvir os usuários. Só nos resta torcer o software em português vir mais polido, que o BambuStudio deixe ter seus bugs com a posição onde monta a torre de temperatura e que aprenda a gastar menos material. Mas no geral, é uma empresa para aplaudir, desde seu primeiro lançamento no Kickstarter, até hoje, por sua consistência e por seu Feedback aos usuários.
Emanuel Campos – Impresso3D é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar o meu trabalho, considere tornar-se um subscritor gratuito ou pago.