São Paulo, Brasil — A New York Fashion Week, um dos maiores eventos da indústria da moda realizada em Nova York, testemunhou a revelação de uma técnica inovadora: a impressão 3D produzida diretamente no tecido. A inovação é resultado de parceria entre a líder mundial de impressão 3D Stratasys (Nasdaq: SSYS) e os estúdios de design threeASFOUR e Travis Fitch, que resultou na criação da coleção “CHRO-Morpho”. Inspirada nas cores microscópicas e na filtragem de luz de asas de borboleta e de outros insetos, ela foi apresentada no desfile de outono/inverno do threeASFOUR.
Designers já usam impressão 3D na moda há anos. Mas até agora, os elementos impressos em 3D eram criados separadamente e afixados posteriormente nas peças de vestuário. A Stratasys entende que a técnica de impressão 3D diretamente sobre têxteis proporciona flexibilidade e integridade incomparáveis, e que também é um fator-chave para a criação de vestuário moderno e funcional e para incentivar a viabilidade comercial da impressão 3D na indústria da moda.
“Dentro dos próximos dois anos, os consumidores serão capazes de comprar uma série de roupas impressas em 3D de marcas da alta moda”, afirma Naomi Kaempfer, Diretora de Arte, Design e Moda da Stratasys. “Eles terão acesso a uma explosão de cores exclusivas e combinações de texturas que simplesmente são impossíveis de se obter por métodos tradicionais.”
A coleção “CHRO-Morpho” evoca a beleza e a morfologia da cor dos insetos. “Criamos uma ilusão que simula pele em mudança de tons e profundidade para retratar a camuflagem inata, o desvio de cores e a luminosidade do inseto”, explica Adi Gill, cofundador e diretor criativo da threeASFOUR. “Por meio do design e impressão 3D, pudemos incorporar a fragilidade e o movimento da asa de luz da borboleta. É uma exibição deslumbrante da natureza, moda e tecnologia”.
Um vestido “Greta-Oto” da coleção, por exemplo, usa um efeito lenticular criado pela Stratasys para brincar com luz e cor. Isso acontece pela impressão em 3D de células esféricas do tamanho de escamas de peixe feitas de fotopolímeros diretamente no tecido de poliéster, o que fez com que a cor do vestido mude a cada pequeno movimento. As milhares de células nas 27 partes do vestido são formadas de lentes claras com tiras coloridas contidas em seu interior. Todo o processo de impressão 3D leva 17 horas.
Para adicionar os polímeros ao material, os designers usaram a impressora Stratasys J750 PolyJet™, que também fez sua estreia na Fashion Week. Este modelo de impressora 3D é capaz de produzir mais de 500 mil combinações de cores, texturas, gradientes e transparências, e possui poder de processamento e sensibilidade para lidar com as delicadas geometrias e camadas microscópicas aplicadas às peças de vestuário. Isso dá aos designers liberdade ilimitada de criação e permite o envolvimento dos usuários finais no projeto. Há também benefícios comerciais, uma vez que uma única impressora 3D pode substituir uma ampla variedade de outras máquinas usadas em confecções, como aquelas usadas em impressão 2D para bordados e de termoformação, realce e ultrassom. Isso economiza espaço, custo e tempo dos fabricantes de vestuário e tecidos, permitindo a criação de uma cadeia de fornecedores mais simples.
De acordo com Kaempfer, a união de têxteis e impressão 3D visa harmonizar o trabalho com os materiais, e não substituí-los. “O tecido macio e flexível toca a pele, enquanto os desenhos impressos em 3D adornam a parte externa da roupa. Esta abordagem, desenvolvida ao longo de meses de colaboração e testes, foi a única maneira de tornar real a visão dos designers. Traz à vida a complexidade, nuance e o esplendor dos vestidos”, diz.
O projeto é um passo significativo no trabalho da Stratasys para mesclar moda e impressão 3D — primeiramente, para a alta costura e, eventualmente, para produção em série. Junto com os estúdios threeASFOUR e Travis Fitch, a empresa tem colaborado com a designer holandesa Iris Van Herpen e outros grandes nomes da indústria da moda. A Stratasys também anunciou recentemente uma parceria para integrar o sistema de cores da Pantone, que se tornou o padrão para designers que usam impressoras 3D da Stratasys.
A Stratasys também está fornecendo sua tecnologia PolyJet para o programa Re-FREAM da União Europeia, parte da iniciativa Ciência, Tecnologia e as Artes (STARTS, sigla em inglês), para incentivar artistas, designers, engenheiros e cientistas a explorar o uso da tecnologia de impressão em 3D, visando o futuro da moda.
“Estamos sempre buscando revolucionar os métodos de fabricação, ser os pioneiros em novas opções de design e inspirar designers e estudantes de moda a criarem sem limites”, comenta Kaempfer. “Nossa missão é mudar a maneira como as pessoas pensam sobre o design e redefinir o que é possível.”
Após a Fashion Week de Nova York, a inovadora coleção “Chro-Morpho” será exposta em museus em todos os Estados Unidos. A partir de 21 de outubro A coleção será exibida na exposição “Designs for Different Futures”, do Philadelphia Museum of Art. Em 2020, a coleção poderá ser admirada no Walker Art Center, em Minneapolis, e no Art Institute of Chicago, em 2020.